Erros nos registos clínicos: evita esta armadilha

May 11 / Margarete Cardoso
Nos corredores dos hospitais e consultórios médicos, onde a pressão do tempo e a complexidade dos casos podem ser avassaladoras, um simples erro num registo clínico pode levar a uma série de consequências indesejadas. Por isso, tem em mente esta máxima com os Erros nos Registos Clínicos: evita-os.

Depois de termos explorado a importância dos registos clínicos como os pilares essenciais do sistema de saúde, vamos agora abordar a origem das falhas que podem comprometer a segurança e eficácia do tratamento. Iremos destacar as causas e os tipos mais comuns de erros nos registos clínicos. Além disso, refletiremos como podemos melhorar a precisão e confiabilidade desses registos para proteger a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Pressão, fragmentação e falta de confiança  

Se, por um lado, a importância dos registos clínicos é incontestável tanto para os profissionais de saúde como para os pacientes, é intrigante porque é que alguns desses registos falham em cumprir o seu propósito.

Porque é que alguns registos clínicos permanecem incompletos, inadequados e, em muitos casos, até mesmo errados?

A resposta a esta questão complexa pode residir num conjunto de fatores interligados. A pressa decorrente da falta de tempo é frequentemente apontada como uma das principais razões. Num ambiente onde os profissionais enfrentam uma carga de trabalho crescente e exigências cada vez maiores, a necessidade de agir rapidamente acaba por se sobrepor muitas vezes à atenção necessária no preenchimento dos registos clínicos.

Além disso, a crescente subespecialização médica pode contribuir para a fragmentação dos cuidados, onde diferentes profissionais de saúde estão envolvidos em partes isoladas do tratamento de um paciente, dificultando a manutenção de registos abrangentes e integrados. 

Resistência às tarefas consideradas burocráticas

A falta de confiança nas tarefas burocráticas e da importância da auditoria também pode desempenhar um papel significativo na frequência com que existem erros de registos clínicos.

Para alguns profissionais de saúde, o foco principal está na prestação direta de cuidados aos pacientes, enquanto as tarefas administrativas são vistas como uma distração ou uma carga adicional. Isso pode levar à negligencia no que se refere à documentação adequada dos registos clínicos, resultando em lacunas que comprometem a qualidade e segurança dos cuidados.

Reconhecer estes desafios é o primeiro passo para os superar e garantir que os registos clínicos cumpram a sua função vital na prestação de cuidados de saúde de alta qualidade. 

Os erros mais comuns nos registos clínicos

Mesmo com a crescente sofisticação da tecnologia no setor da saúde, os erros nos registos clínicos continuam a ser uma preocupação significativa.
Assim, vamos explorar os oito erros mais comuns nos registos clínicos e entender como eles podem ser mitigados para garantir uma prestação de cuidados de saúde eficaz e segura.
  1. Falta de documentação adequada: Omissão de informações cruciais, como histórico clínico, diagnósticos e tratamentos.
  2. Registos incompletos ou desorganizados: Dificuldade na compreensão das informações devido à falta de organização ou ausência de alguma informação.
  3. Erro na codificação e documentação de procedimentos: Codificação incorreta de procedimentos médicos ou documentação imprecisa.
  4. Falta de atualização regular: Informações desatualizadas que não refletem com precisão o estado de saúde do paciente.
  5. Falha na comunicação entre profissionais de saúde: Comunicação deficiente entre os profissionais de saúde, resultando em informações conflituantes.
  6. Problemas de legibilidade e terminologia: Registos ilegíveis ou uso inadequado de terminologia médica.
  7. Viés ou julgamento pessoal: Inclusão de informações imprecisas devido a preconceitos pessoais.
  8. Falha na clonagem dos registos: Uma prática preocupante é a clonagem dos registos, onde notas são geradas combinando informações pré-existentes. Embora essa funcionalidade possa ser útil, o uso inadequado pode resultar em informações imprecisas, desatualizadas ou incompletas, colocando em risco a segurança do paciente. 

O custo elevado dos registos inadequados

A má gestão dos registos clínicos não é apenas uma questão de ineficiência operacional. É também uma ameaça ao bem-estar dos pacientes, à reputação dos profissionais de saúde e à saúde financeira das instituições hospitalares.

Para os pacientes, registos mal documentados podem traduzir-se em diagnósticos imprecisos ou tratamentos ineficazes, prolongando o sofrimento e comprometendo a reputação. Além disso, a repetição desnecessária de exames devido à falta de informação adequada não só aumenta os custos financeiros, mas também submete os pacientes a desconforto adicional e a riscos associados a alguns procedimentos médicos.

Do ponto de vista dos profissionais de saúde e hospitais, registos inadequados podem manchar a reputação, minar a confiança dos pacientes e resultar em potenciais litígios legais.

Além disso, tratamentos mal sucedidos devido a informações imprecisas pode originar custos adicionais e prolongamento do tempo de internamento. E, ainda mais grave, a complicações de saúde adicionais, gerando potencialmente morte ou agravamento do estado de saúde.

Em suma, erros nos registos clínicos têm consequências humanas e sociais e encargos financeiros significativos para as instituições de saúde.

Eleva a qualidade dos registos clínicos com a Health UP

Como podemos então garantir que os registos clínicos cumprem a sua função de fornecer informações precisas e úteis para a prestação de cuidados de saúde de alta qualidade? A resposta está na adoção de medidas preventivas. Falamos sobre este tema no artigo "Qualidade dos registos clínicos: guia prático para registos precisos".

Mas, para já, anota estas 4 práticas essenciais:
  1. Documentar com precisão todas as informações relevantes.
  2. Atualizar regularmente os registos para refletir com precisão o estado de saúde do paciente.
  3. Comunicar eficazmente com os membros da equipa de saúde.
  4. Ter muito cuidado com a clonagem de registos, garantindo que as notas sejam originais e relevantes.


Ao explorar as falhas nos registos clínicos, fica claro que mesmo o menor erro pode desencadear uma cascata de consequências indesejadas. Desse modo, reconhecer a existência destes erros é o primeiro passo para superá-los e garantir que os registos clínicos desempenhem efetivamente o seu papel vital na prestação de cuidados de saúde de qualidade superior.

É aqui que a Health UP entra em cena. Nos nossos cursos, dedicamos uma atenção especial à importância dos registos clínicos e à necessidade de documentação precisa e completa. 

Além disso, disponibilizamos o Serviço de Consultoria de Verificação Documental, garantindo que os registos apresentados estejam em conformidade com os padrões exigidos. Concentra-te na tua atividade principal e deixa a Health UP cuidar da verificação da conformidade dos registos. Terás, com a nossa ajuda, a tranquilidade de que estás a fornecer cuidados de saúde da mais alta qualidade, sem comprometer a conformidade ou a eficiência operacional.

Juntos, podemos fortalecer a base dos cuidados de saúde, garantindo que cada paciente receba a atenção e o cuidado que merece.   


Imagem via Adobe Stock.

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