Conheces a história da transfusão de sangue?
Jun 2
/
Margarete Cardoso
Tem sido considerado símbolo da vida, do poder e até da espiritualidade. O seu significado tem evoluído ao longo dos tempos e quase sempre reflete as crenças e práticas de diferentes culturas. A verdade é que desde os primórdios da humanidade, o sangue tem sido muito mais do que apenas um líquido que nos corre nas veias. Assim, esta é a fascinante história da Transfusão de Sangue.
O sangue e as transfusões: a história
Sabias que ...
Neste artigo, vamos descobrir a fascinante história por detrás da transfusão de sangue, uma história repleta de descobertas, avanços e recuos, que transformou a medicina para sempre.
- Durante a Idade Média, os nobres acreditavam que beber o sangue de gladiadores mortos poderia curar várias doenças, incluindo a epilepsia?
- No século XVII se realizaram várias transfusões de sangue animal em humanos?
- No final dos anos 1800, os médicos começaram a usar leite no lugar de sangue, porque se acreditava que o leite da vaca ou de ovelha ajudaria o corpo a criar glóbulos brancos?
Neste artigo, vamos descobrir a fascinante história por detrás da transfusão de sangue, uma história repleta de descobertas, avanços e recuos, que transformou a medicina para sempre.
O profundo simbolismo do sangue desde a Antiguidade
Na Antiguidade, considerava-se o sangue como um elo entre os deuses e os mortais. Civilizações antigas como os egípcios e os gregos acreditavam que o sangue tinha poderes divinos, sendo utilizado em rituais religiosos e práticas de cura. De banhos de sangue para rejuvenescimento até rituais de sacrifício, as culturas antigas atribuíam ao sangue um significado que ia muito além do físico.
Uma das primeiras tentativas de transfusão de sangue da história remonta ao século XV. O Papa Inocêncio VIII tinha insuficiência renal crónica e estava muito doente. Três jovens foram trazidos então à sua presença, acreditando-se que o sangue jovem poderia revitalizar a sua debilitada saúde. No entanto, o que se seguiu foi um trágico episódio: o primeiro jovem dador faleceu após a colheita excessiva de sangue. Assim, embora o Papa tenha experimentado uma leve melhoria após receber o sangue do segundo jovem, desenvolveu mais tarde complicações graves, incluindo febre alta e falência renal, resultando na sua morte. Por isso, já nem houve oportunidade de utilizar o sangue do terceiro jovem.
Devido ao fracasso desta tentativa, proibiu-se a terapia com sangue homólogo até ao século XIX. Mas até lá ocorreram outros avanços médicos significativos quanto à transfusão.
Uma das primeiras tentativas de transfusão de sangue da história remonta ao século XV. O Papa Inocêncio VIII tinha insuficiência renal crónica e estava muito doente. Três jovens foram trazidos então à sua presença, acreditando-se que o sangue jovem poderia revitalizar a sua debilitada saúde. No entanto, o que se seguiu foi um trágico episódio: o primeiro jovem dador faleceu após a colheita excessiva de sangue. Assim, embora o Papa tenha experimentado uma leve melhoria após receber o sangue do segundo jovem, desenvolveu mais tarde complicações graves, incluindo febre alta e falência renal, resultando na sua morte. Por isso, já nem houve oportunidade de utilizar o sangue do terceiro jovem.
Devido ao fracasso desta tentativa, proibiu-se a terapia com sangue homólogo até ao século XIX. Mas até lá ocorreram outros avanços médicos significativos quanto à transfusão.
A Era das Descobertas: avanços médicos no século XVII
No século XVII registaram-se avanços significativos na compreensão da circulação sanguínea e nas primeiras tentativas de transfusão de sangue entre diferentes espécies.
Em 1628, William Harvey revolucionou a medicina ao desvendar o funcionamento do sistema circulatório. Durante esse período, Boyle e Clarke conduziram experiências audaciosas, incluindo a injeção de substâncias em prisioneiros condenados à morte, explorando assim os usos terapêuticos do sangue.
Em 1665, Richard Lower realizou a primeira transfusão documentada em animais, enquanto dois anos mais tarde, Jean-Baptiste Denis tentou uma transfusão heteróloga de sangue de carneiro num paciente humano. Este homem, Mauroy, de 34 anos, sofria de distúrbios mentais. Denis defendia as transfusões heterólogas, argumentando que o sangue dos animais estava menos contaminado por "vícios e paixões". Embora Mauroy tenha resistido às primeiras transfusões, acabou por falecer à terceira tentativa.
Em 1628, William Harvey revolucionou a medicina ao desvendar o funcionamento do sistema circulatório. Durante esse período, Boyle e Clarke conduziram experiências audaciosas, incluindo a injeção de substâncias em prisioneiros condenados à morte, explorando assim os usos terapêuticos do sangue.
Em 1665, Richard Lower realizou a primeira transfusão documentada em animais, enquanto dois anos mais tarde, Jean-Baptiste Denis tentou uma transfusão heteróloga de sangue de carneiro num paciente humano. Este homem, Mauroy, de 34 anos, sofria de distúrbios mentais. Denis defendia as transfusões heterólogas, argumentando que o sangue dos animais estava menos contaminado por "vícios e paixões". Embora Mauroy tenha resistido às primeiras transfusões, acabou por falecer à terceira tentativa.
Depois de 10 anos de experiências, proibiram-se as transfusões de sangue de animais em humanos, devido às inúmeras reações adversas observadas.
Século XIX: avanços cruciais na medicina transfusional
No século XIX, a transfusão sanguínea deu grandes passos rumo à segurança e eficácia. Em 1818, James Blundell realizou a primeira transfusão bem-sucedida entre humanos, tratando uma mulher com hemorragia pós-parto. Entre 1825 e 1830, Blundell conduziu mais 10 transfusões, das quais cinco foram bem-sucedidas, publicando os resultados e desenvolvendo instrumentos para o procedimento. Mais tarde, com a ajuda de Blundell, Samuel Armstrong Lane, conseguiu fazer a primeira transfusão de sangue total para tratar a hemofilia.
Apesar destes avanços, os cientistas continuavam a enfrentar problemas persistentes como a aglutinação sanguínea, reações adversas e infeções inesperadas.
Numa tentativa de controlar infeções durante as transfusões, Joseph Lister introduziu antisséticos em 1867. Alguns médicos, que transfundiam leite, passaram a usar solução salina. Além disso, um marco significativo ocorreu quando o médico austríaco Karl Landsteiner descobriu, em 1900, os grupos sanguíneos A, B e O. Com esta descoberta, Landsteiner abriu o caminho para rápidos avanços na medicina transfusional.
Apesar destes avanços, os cientistas continuavam a enfrentar problemas persistentes como a aglutinação sanguínea, reações adversas e infeções inesperadas.
Numa tentativa de controlar infeções durante as transfusões, Joseph Lister introduziu antisséticos em 1867. Alguns médicos, que transfundiam leite, passaram a usar solução salina. Além disso, um marco significativo ocorreu quando o médico austríaco Karl Landsteiner descobriu, em 1900, os grupos sanguíneos A, B e O. Com esta descoberta, Landsteiner abriu o caminho para rápidos avanços na medicina transfusional.
Século XX: o surgimento dos bancos de sangue e testes de segurança
Então, com o despertar do século XX, a ciência médica testemunhou uma era de inovação sem precedentes na prática da transfusão sanguínea. Desde a descoberta dos grupos sanguíneos por Karl Landsteiner até à criação de técnicas revolucionárias de armazenamento, cada avanço impulsionou a eficácia deste procedimento.
Assim, no decorrer do século, cientistas e médicos dedicaram-se a refinar as técnicas de transfusão, tentando garantir a compatibilidade entre dador e recetor e reduzir os riscos de rejeição e complicações. A introdução de métodos de conservação, como a refrigeração do sangue, permitiu a expansão do alcance das transfusões, tornando-as acessíveis em diversas situações clínicas e emergências médicas.
Além disso, o desenvolvimento de sistemas de tipos de sangue mais precisos possibilitou uma melhor seleção de dadores e recetores, minimizando os riscos de incompatibilidade e reações adversas. A criação de bancos de sangue e programas de doação em larga escala fortaleceu a oferta de sangue seguro e confiável, salvando inúmeras vidas em todo o mundo.
No entanto, os desafios persistiram, e ao longo do século XX, os cientistas continuaram a enfrentar questões complexas, como a prevenção de doenças transmitidas pelo sangue (como a SIDA e a Hepatite) e a melhoria das técnicas de transfusão em casos de trauma e cirurgia. Fizeram-se avanços significativos na compreensão das reações imunológicas e na pesquisa de novas terapia para tratar distúrbios sanguíneos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Assim, no decorrer do século, cientistas e médicos dedicaram-se a refinar as técnicas de transfusão, tentando garantir a compatibilidade entre dador e recetor e reduzir os riscos de rejeição e complicações. A introdução de métodos de conservação, como a refrigeração do sangue, permitiu a expansão do alcance das transfusões, tornando-as acessíveis em diversas situações clínicas e emergências médicas.
Além disso, o desenvolvimento de sistemas de tipos de sangue mais precisos possibilitou uma melhor seleção de dadores e recetores, minimizando os riscos de incompatibilidade e reações adversas. A criação de bancos de sangue e programas de doação em larga escala fortaleceu a oferta de sangue seguro e confiável, salvando inúmeras vidas em todo o mundo.
No entanto, os desafios persistiram, e ao longo do século XX, os cientistas continuaram a enfrentar questões complexas, como a prevenção de doenças transmitidas pelo sangue (como a SIDA e a Hepatite) e a melhoria das técnicas de transfusão em casos de trauma e cirurgia. Fizeram-se avanços significativos na compreensão das reações imunológicas e na pesquisa de novas terapia para tratar distúrbios sanguíneos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A transfusão de sangue em Portugal
Em Portugal, a história da transfusão sanguínea também remonta ao início do século XX, com os primeiros relatos de transfusões a serem registados em hospitais de Lisboa e Porto. No entanto, foi apenas na década de 1940 que a transfusão de sangue começou a ser praticada de forma mais sistemática, com a criação de bancos de sangue e a implementação de programas de doação voluntária.
Em 1959, foi criado o Instituto Nacional do Sangue e foram implementados vários programas de apelo à dádiva de sangue. Ao longo das décadas seguintes, o país testemunhou avanços significativos na área da medicina transfusional.
Em 1959, foi criado o Instituto Nacional do Sangue e foram implementados vários programas de apelo à dádiva de sangue. Ao longo das décadas seguintes, o país testemunhou avanços significativos na área da medicina transfusional.
Transfusão de sangue: uma história inacabada
Atualmente, a medicina transfusional é essencial na saúde pública, salvando vidas em cirurgias, tratamentos oncológicos e emergências médicas. Com os avanços contínuos nos testes de segurança, técnicas de colheita e armazenamento, a transfusão de sangue tornou-se mais segura e eficaz do que nunca.
Mas a sua história não acaba aqui. A prática da transfusão de sangue continua a evoluir a enfrenta novos desafios todos os dias, como o aparecimento de novas doenças e vírus transmissíveis.
A história da transfusão de sangue é, por isso, uma história fascinante de descobertas científicas, avanços médicos e inovação contínua. À medida que aprendemos com o passado e enfrentamos os desafios do presente, continuamos a escrever o próximo capítulo desta história inacabada, garantindo que o sangue continue a salvar vidas por muitos anos.
Mas a sua história não acaba aqui. A prática da transfusão de sangue continua a evoluir a enfrenta novos desafios todos os dias, como o aparecimento de novas doenças e vírus transmissíveis.
A história da transfusão de sangue é, por isso, uma história fascinante de descobertas científicas, avanços médicos e inovação contínua. À medida que aprendemos com o passado e enfrentamos os desafios do presente, continuamos a escrever o próximo capítulo desta história inacabada, garantindo que o sangue continue a salvar vidas por muitos anos.
Imagem via Adobe Stock.
Estado Metrológico dos Equipamentos
Este documento foi criado com o objetivo de concentrar informação sobre o estado metrológico de cada equipamento, após a análise dos certificados de calibração e dos relatórios de ensaio.
Deve ser feito, preferencialmente, em folha Excel e existir apenas em formato digital.
Este documento é muito útil, sobretudo para os serviços de saúde que dispõem de um número elevado de equipamentos, na medida em que fornece uma visão geral do estado metrológico dos equipamentos.
Deve ser feito, preferencialmente, em folha Excel e existir apenas em formato digital.
Este documento é muito útil, sobretudo para os serviços de saúde que dispõem de um número elevado de equipamentos, na medida em que fornece uma visão geral do estado metrológico dos equipamentos.
Avaliação de Relatório de Ensaio
A avaliação dos relatórios compreende a análise do seu conteúdo e dos resultados.
Os resultados dos relatórios devem ser analisados face a critérios de aceitação/rejeição que o serviço de saúde tiver estabelecido, devendo ter em consideração os seus erros e a incerteza da medição.
A análise é da responsabilidade das organizações de saúde.
A Health UP criou o documento “Avaliação de Relatório de Ensaio” para as organizações de saúde procederem à análise do conteúdo e dos resultados dos relatórios.
Deve ficar evidenciado que os relatórios foram analisados e a tomada de decisão em relação ao equipamento que resultou dessa mesma análise.
A análise do conteúdo deve seguir o indicado na Norma ISO 17025, que define os requisitos comuns para os relatórios de ensaio emitidos pelos laboratórios com competência comprovada para o efeito.
Os resultados dos relatórios devem ser analisados face a critérios de aceitação/rejeição que o serviço de saúde tiver estabelecido, devendo ter em consideração os seus erros e a incerteza da medição.
A análise é da responsabilidade das organizações de saúde.
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Deve ficar evidenciado que os relatórios foram analisados e a tomada de decisão em relação ao equipamento que resultou dessa mesma análise.
Avaliação de Relatório Conclusivo
A avaliação dos certificados de calibração e dos relatórios de ensaio compreende a análise do seu conteúdo e dos resultados.
A Health UP criou o documento “Avaliação de Relatório Conclusivo” para as organizações de saúde evidenciarem a análise dos relatórios.
A análise do conteúdo deve seguir o indicado na Norma ISO 17025, que define os requisitos comuns para os relatórios de ensaio e os certificados de calibração emitidos pelos laboratórios com competência comprovada para o efeito.
Os resultados dos relatórios devem ser analisados face a critérios de aceitação/rejeição que o serviço de saúde tiver estabelecido, devendo ter em consideração os seus erros e a incerteza da medição.
No caso de a organização de saúde ter pedido um relatório conclusivo, a análise dos resultados já consta do relatório, tendo sido feita pelo laboratório que realizou a calibração e/ou o ensaio. Nesta situação, a organização de saúde solicita uma declaração de conformidade com uma especificação para o ensaio ou a calibração. A versão atual da ISO 17025 esclarece que a especificação e a regra de decisão devem estar claramente definidas.
A organização de saúde deverá fornecer ao laboratório o erro máximo admissível (EMA) do equipamento, a especificação e a regra de decisão.
A emissão de declarações de conformidade requer acordo prévio documentado com a organização de saúde.
A Health UP criou o documento “Avaliação de Relatório Conclusivo” para as organizações de saúde evidenciarem a análise dos relatórios.
Avaliação de Certificado de Calibração
A avaliação dos certificados de calibração compreende a análise do seu conteúdo e dos resultados.
A análise do conteúdo deve seguir o indicado na Norma ISO 17025, que define os requisitos comuns para os relatórios de ensaio e os certificados de calibração emitidos pelos laboratórios com competência comprovada para o efeito.
Os resultados dos relatórios devem ser analisados face a critérios de aceitação/rejeição que o serviço de saúde tiver estabelecido, devendo ter em consideração os seus erros e a incerteza da medição.
A análise é da responsabilidade das organizações de saúde.
A Health UP criou o documento “Avaliação de Certificado de Calibração” para as organizações de saúde procederem à análise do conteúdo e dos resultados dos relatórios.
Deve ficar evidenciado que os relatórios foram analisados e a tomada de decisão em relação ao equipamento que resultou dessa mesma análise.
Critérios de Aceitação dos Equipamentos
Este documento foi criado com o objetivo de concentrar informação acerca dos critérios de aceitação definidos para cada equipamento do serviço de saúde.
É muito útil, sobretudo para os serviços de saúde que dispõem de um número elevado de equipamentos.
Deve ser feito, preferencialmente, em folha Excel e existir apenas em formato digital.
Deve ser fornecido aos técnicos do laboratório que realizam as calibrações e os ensaios para que saibam exatamente o que medir em cada equipamento e consigam localizar facilmente os equipamentos, de modo a diminuir o potencial número de erros que podem existir nos certificados de calibração e nos relatórios de ensaio. Também deve ser usado no momento da análise de certificados de calibração e de relatórios de ensaio.